Relato de uma mulher gostosa
'Da minha casa até a parada de ônibus hoje de manhã foram no
mínimo seis ou sete carros buzinando, fazendo alguma gracinha. "Hm, será
que tem algo errado comigo? Esse shorts não foi uma boa escolha?". Me
escondi atrás da parada porque ninguém merece o sol das 9h. As buzinadas
acabaram agora que de longe só 10% de mim ficava a vista? Óbvio que não. O
último engraçadinho antes de eu finalmente entrar no ônibus sã e salva
simplesmente teve a GENTILEZA de estrear o meu dia com um simples, singelo e
completamente dispensável gesto obsceno. SIM, um gesto obsceno!
Meu deus, eu acordo cedo, saio de casa a pé, pego três ônibus pra chegar na universidade e ainda sou obrigada a ficar calada e observar um ser desprezível fazendo uma insinuação abominável pra mim no sol quente às 9h da manhã????? Mesmo? Eu teria virado a cara e ignorado o fato (é isso que faço todos os dias) mas se eu disser que semana passada um carro PAROU pra pedir meu facebook vocês acreditam?
Eu só quero saber aonde isso vai chegar. Até quando eu vou ter que me esconder atrás da parada de ônibus pra evitar o constrangimento de receber uma cantada podre na frente de um monte de gente trabalhadora e respeitosa como eu. Tenho medo de qualquer dia desses um louco encostar o carro e fazer sabe-se lá mais o quê! Infelizmente tenho certeza que muitos podem estar me achando uma grande chata. Metida, feministazinha de merda, não sabe receber um elogio. Ahhhh, e como eu sei que existe gente que pensa assim. Só queria dizer, meu querido, que isso não é elogio, é um ABUSO. Uma afronta, eu diria! Quando eu recebo um elogio fico vermelha e agradeço. Quando alguém buzina ou grita barbaridades no meio da rua tenho vontade de correr!!! Quem acha que estou exagerando e sendo por demais fresca, deve achar graça daquelas piadinhas de mulher feia que é estuprada e qualquer humor ofensivo e ridículo desse tipo. Eu apenas lamento muito. Porque nenhum de vocês sabe o que é ser a bonequinha frágil que não pode andar sozinha na rua. A mocinha que tem que estar em casa antes de escurecer. Que tem que viver com medo de sofrer um ataque em qualquer lugar que estiver. Que não pode usar um shorts pra ir pra faculdade.
Mulher trabalha fora. Pode não casar. Pode não ter filhos. Pode ser de negócios. Pode odiar cozinhar. Pode nunca ter lavado uma roupa sequer. Pode até ser presidente. E continua injustamente desrespeitada. Cada dia mais. Secretamente. Escondida atrás do que você chama de "igualdade" mas que só é igual do lado você vê. Do seu lado. Porque do nosso, meu caro... eu prefiro nem dizer.''Página 64
Meu deus, eu acordo cedo, saio de casa a pé, pego três ônibus pra chegar na universidade e ainda sou obrigada a ficar calada e observar um ser desprezível fazendo uma insinuação abominável pra mim no sol quente às 9h da manhã????? Mesmo? Eu teria virado a cara e ignorado o fato (é isso que faço todos os dias) mas se eu disser que semana passada um carro PAROU pra pedir meu facebook vocês acreditam?
Eu só quero saber aonde isso vai chegar. Até quando eu vou ter que me esconder atrás da parada de ônibus pra evitar o constrangimento de receber uma cantada podre na frente de um monte de gente trabalhadora e respeitosa como eu. Tenho medo de qualquer dia desses um louco encostar o carro e fazer sabe-se lá mais o quê! Infelizmente tenho certeza que muitos podem estar me achando uma grande chata. Metida, feministazinha de merda, não sabe receber um elogio. Ahhhh, e como eu sei que existe gente que pensa assim. Só queria dizer, meu querido, que isso não é elogio, é um ABUSO. Uma afronta, eu diria! Quando eu recebo um elogio fico vermelha e agradeço. Quando alguém buzina ou grita barbaridades no meio da rua tenho vontade de correr!!! Quem acha que estou exagerando e sendo por demais fresca, deve achar graça daquelas piadinhas de mulher feia que é estuprada e qualquer humor ofensivo e ridículo desse tipo. Eu apenas lamento muito. Porque nenhum de vocês sabe o que é ser a bonequinha frágil que não pode andar sozinha na rua. A mocinha que tem que estar em casa antes de escurecer. Que tem que viver com medo de sofrer um ataque em qualquer lugar que estiver. Que não pode usar um shorts pra ir pra faculdade.
Mulher trabalha fora. Pode não casar. Pode não ter filhos. Pode ser de negócios. Pode odiar cozinhar. Pode nunca ter lavado uma roupa sequer. Pode até ser presidente. E continua injustamente desrespeitada. Cada dia mais. Secretamente. Escondida atrás do que você chama de "igualdade" mas que só é igual do lado você vê. Do seu lado. Porque do nosso, meu caro... eu prefiro nem dizer.''Página 64
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