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sábado, 24 de maio de 2014

A HISTÓRIA OBSCURA DO CRISTIANISMO E SEUS PLÁGIOS TEOLÓGICOS. Parte II


Fonte Original: Clique Aqui

ereges. Os textos excluídos são chamados de evangelhos apócrifos, que vem do grego apocrypha, ou, aquele que foi ocultado.
A maioria dos livros apócrifos se perdeu já que os escribas da Igreja não estavam mais interessados em recopiá-los. Entretanto com o surgimento da arqueologia no século 19, pedaços desses textos foram encontrados nas areias do Oriente Médio.
Principalmente os textos escritos pelos judeus essênios e pelos cristãos gnósticos. Segundo a visão do cristianismo gnóstico Jesus foi apenas um humano com uma posição filosófica distinta e não um filho de Deus.

Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran, no Mar Morto, no fim da década de 1940
Os pergaminhos do Mar morto revelam diversas passagens apócrifas escritas por Essênios e gnósticos. Evidentemente que a alegação é que não foram escritos por inspirações divinas, talvez porque mostrassem Jesus como ele realmente era e não como gostariam que ele fosse.
Embora o conselho de Nicéia tenha selecionado livros com inspiração divina que foram escritos por Marcos, Mateus, Lucas e João, eles ainda sim apresentam divergências entre si.
Primeiramente, se Marcos, Mateus, Lucas e João tivessem escrito os livros eles estariam no idioma hebraico e não grego, portanto grande parte dos estudiosos se torna cético quando se trata da originalidade desses textos, ainda mais considerando o fato de nenhum deles ser contemporâneo de Cristo.
Por exemplo, os textos de Tiago e Judas foram escritos por pessoas sem qualquer tipo de inspiração divina.
Muitos evangelhos foram perdidos, como o de Judas, dos egípcios, Tomé, André, atos de Pilatos, Pastor de Hermas e etc.
Mas os 4 evangelhos canonizados e considerados inspirados entre si não se concordam. Marcos, Mateus e Lucas divergem totalmente quando comparado com João. Eles desconheciam a salvação através da fé. Eles ensinam que se aprendemos a perdoar os outros Deus nos perdoará, ou seja, o evangelho da boa ação e da caridade.
O evangelho de João diz que precisamos nascer em Cristo Jesus que morreu na cruz por nós. O problema é que se os três evangelhos são inspirados então o de João é falso ou apócrifo, mas se o de João for inspirado então os outros três são apócrifos. Há uma série de interpolações entre esses 4 livros para que eles sejam combinados entre si.
Um caso polêmico de texto apócrifo foi descoberto em 1886 no Egito. Ele é assinado por Maria que muitos acreditam ser a Madalena, discípula de Jesus, presente em vários trechos do Novo Testamento. O evangelho atribuído a ela é essencialmente feminista e Madalena é descrita como uma figura tão importante quanto Pedro e os outros apóstolos.
Maria Madalena não era prostituta como se afirma até os dias de hoje. Ela ganhou este título devido o Papa Gregório em 591 que incentivou a inserção dessa falácia para ressaltar o poder de cura moral de Jesus Cristo.
No passado não havia sobrenomes. O segundo nome referia-se a cidade de onde as pessoas vinham. Golias de Gate era da cidade de Gate, Jesus era de Nazaré, Paulo era de Tarso e Maria Madalena era da cidade de Magdala.
Possivelmente Maria Madalena foi uma bem sucedida financiadora de barcos pesqueiros e teria financiado as pregações de Cristo, e pode ser considerada co-autora peça chave do cristianismo, pois viu a ressurreição de cristo. O que é curioso que o maior de todos os milagres que Cristo fez, sua ressurreição, foi um milagre feito por de baixo dos panos. Jesus poderia ter ressuscitado e aparecido para todos os céticos e judeus de sua época mostrando que era realmente o filho de deus, mas não. Jesus ressuscitou na frente de uma suposta ex-prostituta e deixou o seu mais importante milagre escondido da humanidade. Imagina quantos ímpios ele poderia salvar somente ressuscitando na frente de todos.
Nos primórdios do cristianismo, as mulheres eram plenamente aceitas no clero. Eram inclusive consideradas capazes de fazer profecias, mas no século 3 que o sacerdócio virou monopólio masculino e o evangelho de Maria madalena foi censurado.
Na construção, edição e tradução da Bíblia vários trechos machistas foram aparecendo e mantidos. Este é o caso da passagem 1 Timóteo 2 11 e 12 atribuída ao apóstolo Paulo “A mulher aprenda com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem porque Adão foi formado primeiro, e depois Eva”.
Paulo jamais disse isto elo simples fato de que na época em que ele viveu o cristianismo não pregava a submissão da mulher. Essa parte foi inserida por algum escriba por volta do século 2 de acordo com a análise linguística.
Após a conversão de Constantino precisou-se traduzir os textos sagrados para o latim. Isso foi feito pelo teólogo Eusebius Hyeronimus que foi canonizado com o nome de São Jerônimo sob o comando do papa Damaso. Então São Jerônimo viajou a Jerusalém em 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento, jornada que perdurou 17 anos.
A tradução feita por ele é tão influente nos dias de hoje que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim cornuta esse facies sua, que quer dizer “sua face tinha continha raios de luz” mas que erroneamente foi traduzida como “sua face continha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo.
Assim, a única forma de disseminar o livro sagrado era copiá-lo à mão, tarefa que sempre era feita por monges e que muitas vezes alteravam as passagens bíblicas de acordo com a forma na qual pessoalmente acreditavam.
Posteriormente com a queda do Império Romano grande parte dessa literatura da Antiguidade grega e romana foi perdida essas copias de monges foram disseminadas pelo mundo todo e novamente editadas e interpoladas unicamente para agradar a reis e imperadores. Embora se saiba que na idade media grande parte dessas passagens bíblicas também foram distorcidas para manipular o povo ignorante que não sabia ler Latim e portanto dominá-los com base nos ensinamentos cristão, alterando-os.
No século 15, alguns monges espanhóis trocaram o termo “babilônios” por “infiéis” no texto do Antigo Testamento como estratégia para atacar os muçulmanos que disputavam com os espanhóis a posse da península Ibérica.
Após a invenção da imprensa em 1455 a interpolação e edição de textos bíblicos ficou mais difícil, mas ainda sim acontecia durante a tradução de um idioma para outros.
Em 1522 o pastor Martinho Lutero usou a imprensa para divulgar em massa sua tradução da Bíblia, que tinha feito direto do hebraico e do grego para o alemão, a nova versão trouxe várias mudanças que provocou revolta na Igreja.
Posteriormente William Tyndale traduziu a Bíblia para o inglês onde no Novo Testamento ele trocou propositadamente a palavra ecclesia ou congregação por igreja, o termo preferido pelas traduções católicas. A finalidade dessa mudança era justamente desafiar o poder dos papas já que Tyndale era protestante. Ele foi queimado como herege em 1536.
A Bíblia se modificou muito embora cada pessoa ou grupo religioso tenha a interpretado da maneira que mais lhe convém, muitas vezes com propósitos equivocados. Em pleno século 21, pastores fundamentalistas tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução nas escolas dos EUA (Veja aqui) sendo que a própria Igreja católica aceita as idéias de Darwin desde a década de 1950. Alguns casos são ainda mais extremos, líderes religiosos como o pastor Jerry Falwell defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros. No Oriente Médio alguns rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificar a ocupação de terras árabes.
A Filosofia e a Ciência plagiadas.
Não foi somente a teologia alheia foi cooptada pela tradução judaica cristã. A filosofia e a própria ciência foram e ainda são aprisionadas pelo domínio cristão embora já caminhem por si só.
A filosofia cristã como a conhecemos hoje só criou-se após a aquisição dos poderes da razão dos filósofos tornando Tomás de Aquino não apenas um membro do pensamento escolástico mas também patrístico em que Agostinho acoplou elementos helenistas e neoplatônicos na revelação judaico-cristã. Isso porque os ensinamentos filosóficos caiam como uma luva no colo dos cristãos. Sendo assim, a patrística se interessava principalmente à história do dogma religioso com bases filosóficas.
Essa visões filosóficas da natureza dos gregos incorporadas na teologia católica e impostas à sociedade concentravam-se em si a autoridade para discutir assuntos religiosos e da natureza a qual todos deviam se submeter sob ameaças de terríveis punições.
A Ciência também foi cooptada pela religião, de fato as primeiras universidades criadas na Europa foram criações cristãs e todo conhecimento adquirido deveria ser compatível coma idéias de um ser divino, por mais absurdo que fosse a explicação.
Com a modernidade emerge então a filosofia da natureza que acabou desenvolvendo mecanismos e métodos investigativos próprios com uma visão laicista. Esse sistema de produção cientifica criado no seio da religião deixa de pertencer a ela e ganha proporções próprias.
A observação e a experimentação foram sendo entendidas como sendo muito importantes para o conhecimento da natureza. Descartes era um filósofo mecanicistas que separou a realidade dualística do reino de extensão material e o reino da substância do pensamento que não possui extensão.
Gradativamente ia se rompendo a antiga relação entre a filosofia pura e a filosofia da natureza, que mais tarde, vem a se chamar ciência. Assim a ciência foi se transformando em um sistema empirista, pois acreditava-se que somente pela experimentação era possível adquirir a verdade.
O empirismo reduz tudo a experimentação, números e a “matematificação” do mundo. De fato a ciência vem impondo isso e abandonando uma posição mais filosófica e reflexiva dos dados obtidos durante sua experimentação. Evidente que a ciência tem sob seus aspectos mais crus um sistema reducionista quando carece de uma reflexão mais profunda. Por outro lado a visão tradicional da religião cuja verdade é obtida através de revelações de um sistema de regramento divino não resolve o problema das questões mais elementares da humanidade.
A separação entre ciência e religião criou focos diferentes. A ciência explica o mundo sob um determinado sistema de verificação e não tem relação alguma com a moral. O cristianismo que de fato surge com a vinda de Cristo na Terra não tem mais o seu significado original, o significado da moral e das regras divinas para obter o caminho do reino dos céus. Ele foca-se hoje tanto na moral quanto na explicação do mundo material, razão pela qual aquelas religiões que utilizam sistemas científicos para se justificar são classificadas como pseudo-cientificas, pois a base de sua crença é a explicação e não a fé. Isso torna o sistema nulo, pois sob o ponto de vista estrutural essas crenças não são ciência pois carece da experimentação materialista e sob o ponto de vista religioso torna a razão da crença puramente experimental e não na fé. Trona-se então uma pseudo-ciência e uma pseudo-religião.
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Conclusão
Segundo o antropólogo francês Pascal Boyer a religião pode ter surgido como um sistema de detecção de intenção do próximo. Ele acredita que esse sistema de detecção pode ser aplicado a coisas que não têm intenções de nenhum tipo como a chuva, mas a  simples ideia de que há diversos espíritos na natureza seria teria um efeito em nosso sistema de detecção de mentes, tão hiperativo.
Por esse ponto de vista, a espiritualidade faz parte dos nossos instintos.
Sabemos que os deuses também passaram por diversos passos evolutivos. Come;canram sendo forças da natureza com suas feições animalescas. Mas com o advento da agricultura há 10 mil anos, no Oriente Médio os deuses viraram grandes quimeras humanas e animais. A nossa espiritualidade progrediria junto centrando cada vez mais em uma perspectiva antropocêntrica.
O cristianismo é a uma religião estritamente antropocêntrica. O homem é o topo da criação divina. A Terra não foi vista como o centro do universo a toa, a sua centralização era feita com base na vida, a vida humana. É um simbolismo, assim como as três pedras que Davi usou para matar Golias. Elas claramente representam a numerologia da santa trindade, assim como o número 7 tem um valor cristão forte. O cristianismo literalmente roubou esses simbolismos e posteriormente os mascarou para apresentar-se como uma religião menos mitológica.
Assim como a cabala, o judaísmo e o cristianismo são totalmente recheados dessas simbologias baratas, da astrologia e uma numerologia própria embora nenhum cristão admita isso. Mas é evidente nos textos bíblicos, razão pela qual Cristo recebe diferentes nomes, como Emanuel, estrela da manhã, leão de Judá.
Todos esses nomes tem peso simbólico cultural, seu o próprio nome é uma composição dupla. O filho de Deus é Cristo e não Jesus. Jesus é o Cristo e não Jesus Cristo.
Cristo vem do grego masiah ou messiah, aquele que é ungido por Deus e Jesus vem do hebraico e significa Yahweh ou Javé.
Jesus e Cristo são a concepção de busca do auto-conhecimento, da sabedoria de Salomão, através do filho de Deus. A sabedoria do templo de Salomão é claramente a sabedoria interna, a supressão de instintos baixos, da busca do auto controle e não um templo real como preconizam os pastores. Sob o ponto de vista metafórico no gnosticismo Jesus Cristo tem o mesmo significado que Krishna Arjuna. Uma composição dupla da busca pela sabedoria do templo interno.
O que o gnóstico mostra é que não importa se você olha para os ensinamentos cristãos, ou a passagem das quatro verdades do budismo, todas elas tem interpretação puramente metafórica e por vezes iguais. O que discordo deles é que muitas vezes eles tentam fazer um olhar antropológico amplo, analisando a tradição e as culturas até a ciência de uma determinada civilização ressaltando sempre o aspecto positivo do conhecimento. Mas preservam a mesma característica comum a todas as religiões, a rejeição as evidentes opostas aquilo que acreditam.
Há evidencias que caminham contra a concepção de que o sobrenatural exista, principalmente as interpretações literais de livros sagrados.
Por mais que o gnosticismo tenha se apresentado como um interpretador das entre linhas metafóricas dos diversos livros religiosos eles ainda são insuficientes, pois não se contentam em se restringir somente ao aspecto moral.
Tanto no cristianismo quando em passagens de Bhagavad Gita nas tradições da Índia e Tibet há passagens instigando a passar o fio da espada no ímpio.
No caso especificamente do cristianismo essas interpretações tem sido sempre de forma literal, basta voltarmos a idade média.
Jesus talvez tenha sido o único cristão de verdade, embora pouco se sabe a respeito de sua real história. É possível que o seu pode possa ter sido atribuído através da compilação de dados de pessoas que jamais conheceram ele pessoalmente.
O Cristianismo carece de uma teologia própria e de bases exclusivas, surgindo dentro de um contexto social/histórico cultural com um peso muito maior no que tange questões políticas do que religiosas. O homem tem buscado a Deus para tentar justificar sua crença. Acreditar e compreender como Deus trabalha sem mesmo saber se ele existe. Para isso diversos livros sagrados, fora e dentro do cristianismo pregam suas verdades, seus milagres e somente suas virtudes.
Com uma astrologia puramente travestida para esconder seus componentes cooptados de outras tradições o cristianismo surgiu com evangelhos tendenciosos, plagiados, humanos e talvez nunca inspirados, ele unicamente tenta sustentar uma verdade como qualquer outra religião na qual competiu no passado. Hoje, vivemos em um mundo moderno, revolucionário, mas infelizmente ainda não há um cristão sequer no mundo que saiba interpretar a bíblia de forma metafórica. Todos, sem exceção tem caído no senso do ridículo afirmando cegamente que gigantes filisteus existiram, que é possível andar sobre a água. Afirmando verdades absolutas e matando ao fio da espada baseados em fiapos de textos contraditórios e politicamente selecionados. Seria cômico senão trágico. Apesar dos tempos modernos, certas coisas nunca mudam, a mesma política de pão e circo. A bíblia ainda é a maior prova de que o Deus cristão é uma criação humana. Nada mudou, todo o significado que damos a nossas vidas ainda é baseado em mitologias do Neolítico.
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Item Reviewed: Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli