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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Anselmo e a Fé

Anselmo e a Fé

Acredito que Anselmo tenha deixado claro uma coisa em sua argumentação que é a seguinte:

‘Particularmente as conclusões de Proslogion III e IV enfatizam o ponto de que a procedimento dialético é uma questão de “inteligência” – intelligere –, e não de fé’

Perceba que deixa totalmente de lado a fé ou qualquer influência daquilo que ele acredite para demonstrar seus argumentos, ou seja, se Anselmo, negou a importância da Fé ao se utilizar de um argumento através da razão, quem é você para afirmar que Anselmo não via um conflito entre a Razão e Fé?

E se realmente a Razão e Fé não estão em conflito, qual o motivo de Anselmo não se utilizar da fé como argumento principal ou da razão e da fé juntos?

Ele mesmo afirma que o procedimento dialético é uma questão de inteligência e não fé. Neste requisito em especifico, ele demonstra de que não é possível conciliar fé e razão.

Meu segundo ponto é que além de bom filósofo Anselmo era um ótimo psicanalista, assim como muitos outros que também abordaram o assunto realidade, ideias. O bacana é que eles analisam de forma bem interessante, mas como disse antes, isso não é mais novidade, e não prova nada.

Pois posso utilizar os princípios de Anselmo sobre o que ele considera Ideia contra o próprio principio que ele utiliza sobre ideias.

Da mesma forma a ideia ou conceito de deus, surtiriam o mesmo efeito que qualquer outra ideia. A ideia de existência do Deus bíblico, como Anselmo acreditava, da mesma forma a ideia de qualquer outro deus, possuem a mesma origem.

Segundo Anselmo ele diz que essa Ideia deve ser ao menos verifica ou se tem qualquer ligação cm algo superior, ou seja, Anselmo estava dando os primeiros passos em direção ao inconsciente e seu funcionamento e nem se deu conta do que estava fazendo, assim como muitos outros.

Somente dele pedir para ser verificado aponta que ele não tinha ideia de onde provinha as ideias e sim ele estava tentando descobrir como as ideias se tornam ideias e como elas são aceitas através de nosso inconsciente.

Anselmo em uma de suas obras ele alega:

‘uma definição que alega ter procurado em vão em outros escritos seus e que, ao final, reza assim: “a verdade é uma retidão perceptível à mente somente”’

Ele ainda afirma mais que a verdade provém de :

‘: (i) de enunciados, de (ii) pensamentos, (iii) de atos da vontade, (iv) dos sentidos e (v) da essência das coisas’

Se Anselmo estava procurando o que é a verdade, ele sem querer começou a se esbarrar com o que é a realidade.

Anselmo percebeu que o que consideramos verdade não estava ligado a um entidade maior, e sim que o que consideramos verdade estava ligada as coisas ao nosso redor e de como percebemos a realidade.

O argumento de Anselmo segue-se abaixo:

(1) Pode-se pensar num ser maior do que qualquer outro;
(2) Sabemos que a existência na realidade é maior do que a existência somente na nossa
mente;
(3) Se o ser de (1) existir somente na nossa mente, não será o maior que se pode pensar;
(4) Portanto o ser pensado maior que qualquer outro (1) deve existir na realidade;

De fato a primeira premissa se mantém, pois é possível pensar em um ser maior do que qualquer outro.

A segunda premissa também é verdadeira, pois nossa mente faz uma cópia da realidade, portanto o que existe tem maior valor na realidade do mundo a nossa volta do que na realidade ou simulações que possam vir de pensamentos.

A terceira premissa por mais que parece também se sustenta, pois de fato é se pensarmos em um ser que possa ser maior que o outro somente em nossa mente, este não será o maior ser que possamos pensar, pois sempre poderíamos pensar em um ser que seja maior do que acabamos de pensar, e poderíamos continuar com este ciclo em direção ao infinito que nunca chegaríamos ao maior ser que poderíamos pensar.

E então, ele caga na quarta premissa.

E aqui vai minhas análises:

1.                      Nos ensaios de Anselmo sobre a Verdade, ela parte da Ideia do que seria a verdade.
2.                      Nossos pensamentos partem da ideia de que algo pode ser real ou criado por nossa mente.
3.                      Qualquer coisa criada por nossa mente, não necessariamente está ligada a qualquer forma de realidade ou verdade. Já que em nossa mente, a verdade é relativa comparada a realidade ou de como percebemos a realidade.

Em nossa mente podemos distorcer as Leis  físicas do mundo real sem qualquer problema. Podemos pensar em qualquer ser que possa ser maior que o outro, mas isso somente pode acontecer se a Ideia de Ser Maior estiver contida na realidade.

Por exemplo, alguém que vê um cometa entrando em contato com a Lua e vê uma grande explosão e aceita como algo vindo de uma ideia preconcebida de Deus, mesmo que está ideia exista apenas na mente do individuo, isto não torna que o evento aconteceu por meios sobrenaturais.

Até mesmo se eu pensar em um meteoro maior que o outro, isso não implica que na realidade exista um meteoro maior do que eu possa pensar, isso implica, seguindo o mesmo raciono que, nada do que pensamos ser pode ser algo na realidade.

Em minha opinião é aqui que Anselmo comete um erro.

Partindo de suas premissas e de sua análise sobre Deus, assim como muitos hoje, tendem a acreditar que nossos pensamentos são guiados por deus, Assim como D’souza teísta pensa ser, mas nos dias atuais descobrimos que Deus não é necessário de forma alguma para que isso aconteça, se Anselmo se baseava neste tipo de procura, assim como vimos que ele diz ‘verificar’ como se fosse possível rastrear o pensamento até sua fonte que segundo Anselmo era Deus, ele teria uma evidencia clara de que Deus existe, mas hoje está muito bem difundido em Psicologia, Neurociência e NeuroTeologia, que o inconsciente é o responsável por tudo isso.
O que demonstra o que Anselmo estava procurando, e depois de muito verificar, a conclusão é simples, Deus não é necessário para explicar o porque pensamos e agimos como agimos.

Acredito que se Anselmo estivesse vivo hoje seu argumento ontológico teria sido bem diferente, do que se segue:

‘“Efetivamente nós cremos que Vós sois um ser maior do que qualquer outro que possamos conceber [...] e portanto não pode existir somente no entendimento. Com efeito, suponha que ele exista somente no entendimento; mas entao ele pode ser concebido como existindo tambem na realidade, que é mais [um ser maior]. [...]. Portanto não há dúvida que existe um ser que é maior que qualquer outro que possa ser concebido e que existe tanto no nosso entendimento como na realidade”

“... e ele existe tão certamente que não pode ser concebido como não existindo. Com efeito, é possivel conceber um ser que não pode não existir e este ser é maior do que qualquer outro ser que pode ser concebido como não existente. Portanto se o ser que é maior que qualquer outro que possamos conceber, puder ser concebido como não existindo, ele não será o ser que é maior que qualquer outro que possa ser concebio. Mas isto é uma contradição. Há portanto verdadeiramente um ser que é maior que qualquer outro que possa ser concebido e que não pode ser concebido como não existente; e este ser sois Vós, ó Senhor, nosso Deus E realmente, tudo o que existe, exceto Vós, pode ser concebido como não existindo’


Como eu disse anteriormente, não existe nada de especial ou novo principalmente em argumentações que por mais belas que sejam, não se remetem ao que possuímos nos dias atuais. Se Anselmo descobrisse o inconsciente ele teria uma postura bem diferente.


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Item Reviewed: Anselmo e a Fé Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli