Como surgiu as religiões?
“Possamos ver e conhecer que não se pode nem
ver nem conhecer aquele que está acima de toda visão e de todo conhecimento!
Pois eis uma visão verdadeira e um verdadeiro conhecimento!” (Dioniso
Pseudo-Aeropagita, citado por Mário Ferreira dos Santos – O Homem Perante o Infinito – p. 189)
Salmo 144,3: “…e a sua grandeza não tem
limites”
Timóteo 6,16: “…é o único que possui a
imortalidade e que habita numa luz inacessível, o qual não foi nem pode ser
visto por nenhum homem…”
Neste texto iremos analisar algumas posições
teístas que tendem a ser contraditórias e não se rementem a realidade de um
Criador e sim a imperfeição e incapacidade humana de compreender algo além de
seu alcance.
‘Possamos ver e conhecer que não se pode nem
ver nem conhecer aquele que está acima de toda a visão e de todo conhecimento.’
Se algo está acima de todo o conhecimento e de
toda a visão, é impossível através de nossa visão e conhecimento poder de
alguma forma dizer como este ser é ou deixa de ser.
Como podemos dizer que a grandeza deste criador
não tem limites se não sabemos quais os limites da grandeza do criador?
O único motivo de utilizarmos está postura é
baseado naquilo que está em nossa realidade, daquilo que não conhecemos. Se
conhecemos apenas o nosso tempo, isso implica que um ser que não conhecemos
está fora de nosso tempo e é chamado de atemporal, mas dizer que algo é
atemporal não é afirmar que este algo possuí sua própria forma de contar o
tempo?
De fato, a própria bíblia afirma que Para Deus
o dias são como milênios e milênios são como dias. É claro que esta é uma visão
humana de imaginar os atributos divinos, mas está forma de atributo também é
uma forma de contagem de tempo, o que implica que o tempo passa para este ser,
mas se parece com milênios pois ele não se encontra na mesma forma de contagem
de tempo que nós.
Próprio Timóteo se refere a ele como ‘Luz
Inacessível’ e ‘Imortal’. Uma luz inacessível é algo que não se pode alcançar
de forma alguma, nem com conhecimento, nem pelo avanço da ciência e nem pelo
tempo.
Isso implica que este Deus é totalmente inacessível.
O ser humano ao deslumbrar tamanha imensidão e
se sentir tão pequeno, descobriu que a única forma de alcançar Deus, era
através da fé. Através da razão é impossível, e tais pontos são firmados até o
momento:
- Luz Inacessível.
- Imortal.
- Atemporal.
- Possamos ver e conhecer que não se pode nem
ver nem conhecer aquele que está acima de toda a visão e de todo conhecimento.
A única forma de transforma este Ser em algo
real, é através da fé. A fé é relativa e não se remete a como a realidade é, e
sim a fé se baseia com o que poderia
ser. Quando você imagina como algo poderia ser, isto é repetido tantas vezes,
que o que poderia ser se torna o que é mesmo não sendo.
Provavelmente seja por isso, por não
conseguirmos responder a Pergunta sobre a imensidão utilizando a Razão, a
melhor forma de conciliar a imensidão com a realidade ao qual vivemos foi
através da fé, criando um ser a partir do não ser e assim milhares de religiões
nasceram.
A base da religião é baseada em admiração e
imaginação.
Admiração no sentido de olhar a imensidão do
universo e não ver razão para tudo aquilo e Imaginação pois transformou o não
ser em um ser real, que atua em nossas vidas diretamente.
A religião possuí sua crença baseada em seus
antecessores, aqueles que forma os primordiais para a religião ter sua base.
Assim como a crença no fogo era algo divino,
não importa qual a relação com outros materiais terrestres, a ideia já havia
sido lançada.
A partir de então era tudo uma questão de tempo
até este ideia ser aceita por muitas pessoas, ser aceitas por tribos e por fim
comunidades e sociedade.
A História religiosa parte da imaginação humana
e da admiração pelo universo e sua imensidão.
Podemos facilmente verificar esses dois pontos
atuando em nosso cotidiano do dia a dia, principalmente em relação aos
defensores do Design Inteligente, podemos perceber que essa defesa tem bases
primitivas e se remetem ao homem das cavernas ao qual não podia explicar nada a
seu redor e então a ideia de algo sobrenatural e super poderoso começa a
reinar.
Coisas simples como o fogo, o relâmpago, o
vento, a chuva, e com o passar do tempo, a crença neste eventos como deuses
sessaram e como a própria bíblia relata, começaram a adorar e crer naquele que
enviava a chuva, o sol, e nos dias atuais por compreenderem o porque acontece a
chuva, o vento, os relâmpagos, eles
recorrem ao último recurso em suas mangas, dizer que um Criador nos fez.
Perceba a evolução da Crença com o passar dos
tempos.
De chuva passou para quem manda a chuva, de
quem manda a chuva passou para quem fez o mundo. E assim que descobrirmos como
o mundo foi feito, os religiosos passaram a entrar no argumento do universo e
ficaria assim:
Da chuva como deus, passaram a adorar quem
manda a chuva, depois de descoberto como a chuva caí e porque, começaram a
adorar aquele que fez o mundo, assim que descobrimos onde o mundo estava e
porque estava ali, passaram a adorar aquele que fez o universo.
Este é a última peça do quebra cabeça que os
teístas possuem nas mãos e é a única que no momento é irrefutável, pois é
impossível alguém conhecer todas as coisas no universo.
Agora que conhecemos a base religiosa, se torna
mais simples compreender os argumentos para a existência de deus, pois não se
baseiam em provar a existência de um deus terreno, isso é impossível, portanto
eles parte do argumento de que um Criador existe, e pelo faro de não termos
evidencias em relação a ele, como tínhamos sobre a chuva, depois como a chuva
acontece, depois a terra, depois o sistema solar, a galáxia, se um dia chegar a
conhecer todas as coisas, mesmo sendo um absurdo imaginar isso nos dias de
hoje, os teístas arranjariam um jeito de dizer que o deus que eles acreditam existe,
mesmo quando tudo diz e aponta para o oposto.
A religião não tem bases sólidas e é por isso
que elas se prendem a fé, pois a fé pode ser facilmente adapta a novos
ambientes, pode de adaptar a ao avanço científico e pode facilmente modelar as
escrituras, desta forma reinterpretando de uma forma que se adapte com o
contexto, social, politico e cientifico.
Desta forma o teísta, acredita que possuí o
suficiente para continuar a acreditar naquilo que ele resolveu acreditar.
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