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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Desconversão 2.1 – Oração e Prece

Desconversão 2.1 – Oração e Prece

Quando eu era pequeno, eu via a prece como uma maneira de pedir a Deus que me desse coisas que eu necessitava, como coragem ou que qualquer circunstância ruim fosse alterada, como pedir para que valentões me deixassem em paz. Eu também, é claro, rezava para pedir algumas coisas mais bobas, que qualquer criança pequena rezaria, como desejar que eu fosse um robô ou para que deus me ajudasse a amarrar meus sapatos ou orando para que deus ajudasse eu e meu primo a construir uma espaçonave de madeira e nos ajudasse a voar para a lua.

Cedo ou tarde, todo cristão aprende que a prece intercessora nem sempre funciona. Por exemplo, frequentemente você reza para que algo ocorra e não acontece. Às vezes acontece mais tarde, ás vezes acontece muito mais tarde e ás vezes nunca acontece. Frequentemente em minha vida, eu descobri que a probabilidade de uma prece ser atendida é diretamente proporcional a possibilidade de ela ser atendida sem nenhuma prece.

Para justificar isso, a medida que eu fui crescendo, eu comecei a pedir por coisas que era mais provável de acontecer. Por exemplo, ao invés de pedir para que Deus me transformasse em um robô ou me desse superpoderes, eu pedia para deus me ajudar na lição de casa, pedir para me ajudar a lidar com certas emoções, ajuda para uma amigo em circunstâncias difíceis. Essas eram coisas que eu sabia que possivelmente aconteceriam de qualquer maneira, mas eu achava que pedir para Deus talvez virasse a sorte ao meu favor. E também eu teorizava que se eu não pedisse por elas, deus não deixaria que elas acontecessem, pelo fato do pedido parecer improvável. Às vezes eu ficava irritado com a situação de pensar que alguma coisa boa com certeza iria acontecer comigo, mas apenas para me desapontar depois por não ter tido ocorrido e se eu não tivesse rezado, eu algumas vezes pensava que tinha sido por eu não ter rezado.

Entretanto, eventualmente, mesmo esse tipo de prece intercessora me pareceu ultrapassada devido a uma perturbadora descoberta sobre a natureza de Deus: Sua Onisciência.

Se deus já sabia e tudo antes de acontecer e colocou todos os eventos do universo em andamento, não existe absolutamente nada que eu pudesse pedir que ele já não soubesse. E mesmo que eu pedisse ele não poderia responder, pois isso entraria diretamente em conflito com o livre árbitro, ou seja, Deus interferindo no que ele disse que não interferiria.

Mais ainda, se ele é onisciente, todo bondoso e tinha um plano pra mim, então porque diabos na terra eu estaria me colocando no assento de motorista?

O que eu realmente precisava fazer, era tentar descobrir o seu desejo para minha vida. Se Deus era onisciente, então ele já teria me dado todas as ferramentas que eu necessitava para resolver qualquer problema que eu tivesse, era minha responsabilidade encontrar essas ferramentas e sua vontade para como eu deveria usá-la, mas não para mim, dizer a Ele quais ferramentas eu necessitaria e como eu pensava que eu deveria usá-las. Então, nessa descoberta, eu descartei a necessidade da prece intercessora.

Eu me submeti ao máximo que era mentalmente e fisicamente possível para buscar e executar o que eu sentia que era o desejo de Deus, prece para mim, se tornou o propósito de descobrir o que Deus desejava e me conectar com Deus pessoalmente e emocionalmente, como um pai divino e amigo.

Em termos de minha concepção de Deus, isso teve o efeito de me afastar da prece intercessora e ir em direção ao meu relacionamento pessoal e experiência com Deus. Uma coisa eu quero que observe, que essa mudança completa ocorreu dentro de minha visão cristã de mundo. Este é um ponto importante, porque isso ressalta que minha eventual transformação para o ateísmo, levou anos e por muito tempo em que isso ocorria eu nem me dava conta de que acontecia (inconsciente: https://www.youtube.com/watch?v=cthix070SA8).

Da minha perspectiva, eu só estava acumulando conhecimento, seguindo a verdade e aprendendo sobre o mundo como qualquer bom estudante ou alguém que sirva a Deus deveria fazer. Eu nunca pensei que nada do que eu estava aprendendo ou pensando, eventualmente me levaria a duvidar da existência de Deus. Como Ateu, eu mais tarde descobri um estudo profundo, sobre a oração intercessora envolvendo 1800 pacientes que tinham feito cirurgia cardíaca (eis o link da pesquisa: http://www.nytimes.com/2006/03/31/health/31pray.html?_r=0).

O estudo não encontrou efeitos positivos nos pacientes para os quais se havia rezado. Mesmo como ateu os resultados me surpreenderam.  Apesar da minha decisão como cristão, de usar a prece apenas para encontrar a vontade de Deus, eu suspeitava que a prece intercessora tinha um efeito positivo, pelo menos psicologicamente, só de saber que havia alguém rezando por você, independente se suas preces tinham algum poder metafísico, surpreendentemente, o estudo descobriu que as pessoas que sabiam que estavam recebendo orações, na verdade tiveram mais complicações posteriores a cirurgia, do que aqueles que não sabiam.

Antes de eu me dar conta da minha descoberta sobre a onisciência de Deus, eu fui persuadido por um argumento da validade da prece, sob a forma de como Deus responde as preces.

Frequentemente se diz, que Deus responde as preces sob a forma de ‘Sim’, ‘Não’ e ‘Espere’. Algumas vezes a resposta mais difícil de aceitar é o ‘Espere’.

Em um vídeo brilhante e também de certa forma arrogante o usuário GIIVídeo, demonstrou usando um exemplo inteligente (eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=jk6ILZAaAMI&src_vid=lJM1MC7HWdA&feature=iv&annotation_id=annotation_479358) como essa heurística pode ser completamente psicológica, sem um Deus para de fato ouvir nenhuma prece.

Para fazer isso, ele apresenta um argumento hipotético, onde ao invés de rezar para Deus, reze para um Jarro de Leite.

O Jarro de leite responde as preces sob a forma de ‘Sim’, ‘Não’ e ‘Espere. Assuma que você rezou para o Jarro de Leite pedindo 1000 mil reais e ele lhe pede para esperar e ver o que ocorre. É apresentado 3 diferentes cenários:

1.                      Cenário: Do nada, você recebe um cheque de 1000 mil reais da restituição do Imposto de Renda. E ele diz: Viu o Jarro de Leite Respondeu a sua prece.

2.                      Cenário: Muitas semanas depois, do nada, você recebe um aumento do dissídio que acaba por aumentar o seu salário em 80 reais por mês cerca de 1200 reais em um ano. E eles dizem: Viu, O jarro de Leite respondei a sua prece, você só tinha que esperar.

3.                      Cenário: Nada acontece por seis meses e você pergunta o porque, ele diz: Você tem que confiar que o Jarro de Leitet sabe o que é melhor pra você. Sejamos pacientes.

Fica claro como todos esses cenários, podem ser aplicados a uma prece a Deus ou a uma prece a um Jarro de Leite ou a uma oração a qualquer coisa.

Infelizmente, por mais encorajadora seja a heurística do ‘Sim’, ‘Não’ e ‘Espere’, ela pode funcionar sem que nada esteja respondendo suas preces, mas eu quero enfatizar que foi uma decisão minha, que foi pelo meu respeito ao supremo poder de Deus sobre minha vida que foi o motivo pessoal a abandonar a prática da prece intercessora.


Fonte : https://www.youtube.com/watch?v=lJM1MC7HWdA&list=PLE52F68C338CFF46E


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Item Reviewed: Desconversão 2.1 – Oração e Prece Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli