Parte III – Porque as crenças se firmam?
Bruce Hood é um dos principais
psicológicos britânicos. Seu trabalho recentemente lhe valeu um convite para
ministrar a palestra natalina do Royal
Institution, uma das maiores honrarias científicas do país.
Bruce pesquisa a base psicológica
das crenças religiosas, trabalho que começou no dia em que observou a sua filha
dormir.
Ele não contemplava o milagre da
vida, mas sim, o seu cobertor. É um paninho sujo, que tenho certeza que os pais
certamente o reconheceriam.
Este pedaço de pano sujo, começa
como uma espécie de tranquilizante, depois assume características estranhas,
praticamente como se estivesse vivo. As crianças chegam a falar com ele, acham
que ele tem sentimentos. As crianças tornam o pano sujo quase humano, se
pensarmos bem isso é extraordinário pois é apenas um pedaço de pano.
Bruce queria descobrir porque as
crianças acreditam que tais objetos são tão especiais. Então ele realizou uma
experiência com crianças e uma máquina mágica. Bruce dizia as crianças que ele
faria uma réplica perfeita dos seus brinquedos, graças na verdade, a ajuda de
um assistente oculto. Depois, disse que elas podiam ficar com apenas um
brinquedo e deviam jogar fora o outro.
Praticamente todas as crianças
escolheram ficar com os originais e jogaram fora a réplica.
Eles precisavam do original de
volta. Eu acredito que é porque pensam de forma essencialista. Essa é a ideia
de que vemos o mundo com uma dimensão adicional. O essencialismo é a crença de
que certos objetos tem uma essência oculta, que não pode ser transferido para
uma cópia mesmo que está cópia seja totalmente idêntica a original. É uma
convicção muito forte nas crianças, mas, nós adultos, superamos essa ideia de
essência oculta?
Bruce achou uma resposta ao
converter suas palestras num experimento que ainda foi testado na equipe da
Royal Institution.
Ele diz que esteve em nova York no
ano passado, e que comprou uma das canetas tinteiros de Albert Einstein. Ele
diz que é uma caneta tinteiro original de Einstein e que tem muito orgulho. Ele
oferece para seus expectadores olharem e passarem adiante a caneta tinteiro.
As pessoas ficaram maravilhadas e
gostaram de visualizar a caneta e passar adiante.
Depois ele diz que tem outra coisa
em uma caixa. É um cardigã. Pertenceu a Jeffrey Dahmer o serial killer que
matou 17 pessoas, as cortou brutalmente, comeu e fez coisas desprezíveis.
Ele oferece para as pessoas
segurarem, mas elas evitam pegar, olham com desgosto e desprazer. No final ele
diz que a caneta e nem o cardigã, pertenceram a essas pessoas.
Bruce acredita que a ideia de que
essências sagradas e más podem contaminar o mundo real é a forma mais primitiva
de espiritualidade humana. A base que sustenta todas as Religiões.
Acredito que as religiões
capitalizaram a presunção da existência de uma estrutura oculta. O que as
religiões fazem é fornecer um suporte, uma narrativa, que permite as pessoas
tentarem combinar essas forças de forma significativa e que traga sentido ao
individuo.
Psicólogos como Bruce, afirmam que
essa intuição espiritual inata pode ser um recurso de nossa mente inteligente
para tentar explicar e trazer sentido para um mundo caótico. Mas essa crença
inata em uma dimensão espiritual invisível geralmente é reforçada pela
experiência, pois 1% de nós, irá visitar esse mundo misterioso em uma
experiência extracorpórea.
Ao sairmos de nossos corpos
encontramos Deus?
0 comentários:
Postar um comentário
As opiniões expressas ou insinuadas pertencem aos seus respectivos autores e não representam, necessariamente, as da home page ou de quaisquer outros órgãos.