Parte V - Perdendo o Controle - O Desejo de descobrir propósito em
nossas vidas nos levou a inventar Deus?
Porque ela morreu tão jovem?
Porque o furacão destruiu nossa cidade? Porque ele ganhou na loteria?
Para muitos crédulos é tudo parte
do plano de Deus, mas hoje os psicólogos
fazer outra pergunta: Porque sempre perguntamos o porquê?
O Desejo de descobrir propósito em
nossas vidas nos levou a inventar Deus?
Jennifer Whitson é psicóloga da
universidade do Texas em Austin. Ela estuda como o ser humano interpreta o
significado de sinais e fatos no mundo ao seu redor.
O interesse no assunto surgiu
quando ela era pequena e ficou obcecada com um baralho de tarô.
Ela diz: quando estava no Segundo
grau fiquei empolgada com o tarô. Eu tinha meu próprio baralho, eu vivia
jogando cartas. Elas me faziam sentir conectada a um padrão superior no
universo, de certas formas as cartas me davam uma visão mais profunda do que eu
tinha sozinha.
A estranha capacidade de tarô ou
de um cartomante em ver fatos de nossas vidas é algo que muitos de nós
vivenciamos. Quando Jeniffer concluiu seu doutorado, ela compreendeu
cientificamente o motivo.
Nosso cérebro conecta as coisas e
o faz naturalmente. Ao jogarmos as cartas, nosso cérebro intervém e começa a
dizer: ‘terei problema com essa carta’, ‘esse é um desafio’ ou ‘talvez eu
esteja procurando por isso’, isso aprece mágica. O cérebro começará a criar uma
história. Mesmo eu não acreditando que elas não façam nada, mesmo que eu
encarando-as como um conjunto aleatório através de vários símbolos e
significados. É muito engraçado observar meu cérebro conectar todas essas
coisas.
Quase todas as religiões ensinam
que os fatos ocorridos no mundo estão conectados com uma Ser superior. Todos
fazem parte de um plano divino, seja chamado de carma, a vontade de Deus ou de
Alá. Quando ocorrem catástrofes, muitos fiéis, veem essas tragédias como uma
obra de um poder superior, causadas por motivos que não podemos compreender,
enquanto outros veem esses mesmos fatos como nada mais do que obra do acaso.
Jennifer criou um estudo
psicológico para compreender porque as pessoas desenvolvem mentalidades tão
distintas.
Os participantes entram no estúdio
e nós dizemos: vocês verão uma série de símbolos correlacionados na tela do
computador. O computador irá gerar tais
símbolos usando um conceito. Sua função neste teste é descobrir qual conceito é
este.
Não dizíamos se os participantes
estavam certos ou errados. Eles tinham total controle dessa atividade. Essa
tarefa era um truque calculado para fazer os participantes se sentirem seguros
antes do teste de verdade, a procura de padrões em imagens de ruído branco.
Depois, de responderem ao teste,
mostramos uma imagem de estática, uma foto só com ruído, e perguntamos: Está
vendo algo?Sim ou não?Se sim, o que?
Cada participante que observou o
ruído branco o viu totalmente aleatório e sem sentido. Agora, jennifer repetiu
a mesma experiência com um novo grupo, mas como aquecimento, Jennifer
pré-programou o computador para frustrá-las.
O Feedback recebido é aleatório.
Então eles serão aleatoriamente alertados se estão certos ou errados,
independente da resposta que derem.
Neste segundo grupo de
participantes, todos acham que falharam no teste inicial, e quando começaram a
olhar as imagens de ruído branco, também notaram que não tinham o controle do
seu ambiente.
Jennifer registou como isso altera
sua percepção das imagens aleatórias do ruído.
Observando-as objetivamente, a
resposta neste teste, deveria ser sempre ‘não’. O que vemos quando não há
controle, quando as pessoas não estão no controle da situação, elas tem maior
propensão de dizer ‘sim’, estou vendo algo nesta imagem, tem algo nela.
O trabalho de Jennifer mostra que
quando não temos controle (falta de controle) estimula nossos cérebros a procurar
padrões no que deveria ser algo aleatório. E de fato, pessoas que não possuem
controle ou certo controle, encontram maiores dificuldades em sua vida, do que
pessoas que possuem maior controle sobre suas vidas.
Todos os falsos padrões, todos os
padrões ilusórios, estão conectados. Todos são influenciados pela falta de
controle; Quando não há controle, a propensão é maior em ver coisas onde não
existem. Verem situações que não ocorrem e verem padrões que é apenas uma
ilusão. Tendem a verem conspiração no mundo a seu redor, que não existem, pois
faz parte do nosso instinto tentar reagir a situação que não temos controle,
desta forma, por meio de alguma alternativa nos dar de alguma forma um certo
controle, mesmo que este controle seja apenas uma ilusão. Então, tentamos
explica-la, compreendê-la, mesmo que seja uma falsa compreensão.
Esse efeito poderia explicar
porque a religião é tão bem sucedida de entre os pobres e destituídos, já que
estes teriam pouco controle sobre suas vidas e o mundo a seu redor e a religião
tem pouco sucesso com o oposto, em pessoas que possuem controle sobre suas
vidas e sobre o ambiente em que se encontram.
Em muitos casos as pessoas entram
na religião por alguma falta de controle, como a morte de alguém próximo, o
termino de um relacionamento e as dificuldades pós relação, por causa de alguma
doença, por causa de ter passado e beirado a morte, por ter visto uma situação
horrível, por procurar padrões que traga controle de alguma forma, é claro que
isto tende a não afetar religiosos de berço, pois estes não tiveram a
experiência de passar por alguma dessa situações para procurarem controle em um
religião.
Quando as pessoas acham que suas
vidas estão fora de controle, Deus as ajuda a dar sentido as coisas.
Há muita aleatoriedade em nossas
vidas, muito caos ao nosso redor. Existem muitas coisas que não podemos
controlar, por isso extraímos desse caos coisas significativas para nós, para
criar uma história lógica de nossas vidas e para nossas vidas.
Psicólogos acreditam que nossa mente
inteligente luta constantemente para dar sentido ao mundo e para nossa vida.
Para cada ação deve haver uma causa. Mas há outros seres inteligentes no
planeta, eles acreditam em Deus?
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